A FLIP – Festa Literária Internacional de Parati acontece desde 2003 no Rio de Janeiro. Cada ano um autor brasileiro é homenageado, e outros autores são convidados a expressar seu reconhecimento ao escolhido. Na edição do ano passado, foi discutido a falta de mulheres e negros na festa. Eram poucos os números destes que são tão importantes a cultura nacional.
Esse ano, o autor homenageado foi Lima Barreto. Carioca, neto de escravas, Lima era negro e pobre. Teve seus estudo bancados por um padrinho e para conseguir publicar algumas de suas obras, teve que pagar do próprio bolso. Como é o caso de “O triste fim de Policarpo Quaresma”. Um de seus trabalhos mais reconhecidos.
A problemática levantada em 2016 surgiu efeito. Homenagearam um negro e convidaram escritores e artistas negros para o evento. Lázaro Ramos, um grande questionador do racismo no Brasil, é ator e autor do livro “Na minha pele”. Convidado principal no primeiro dia, teve seu protagonismo não roubado, mas compartilhado por uma professora que estava na plateia.
Diva Guimarães, tem 77 anos é fã de Jorge Amado, e sempre quis conhecer o Flip. Foi depois de sua sobrinha conhecer e convence-la a ir também. Pegou um voo com a sobrinha e uma amiga e foi aproveitar a feira para conhecer também Conceição Evaristo, uma escritora Mineira que ela admira.
Durante o evento sofreu preconceito, nada diferente do que passou a vida inteira. Cansada mas ainda assim motivada, a professora pediu a palavra e protagonizou um momento emocionante e que viralizou por todo o país. Chorando Lazaro ouviu e pediu aplausos a mulher que tanto ensinou em seu discurso.
“Sou sobrevivente pela educação e descontava minha raiva nos esportes” conta Diva no vídeo que já soma mais de 2 milhões de visualizações em diferentes redes sociais. Assista:
Imagens: divulgação.
Texto: Nilton Filho